quinta-feira, 21 de abril de 2016

Amigos para sempre: Ganância & Estupidez

Hoje tive a oportunidade de assistir a um documentário, no mínimo, inquietante sobre a chamada economia verde que retratava a forma com os bancos (sempre eles!) estão actualmente a virar-se para a venda de medidas de mitigação a empresas poluidoras.


Isto explica-se de uma forma mais ou menos simples: bancos e empresas financeiras criam empresas que gerem territórios em risco de desflorestação ou que servem de habitat a espécies em vias de extinção e vendem produtos financeiros estruturados  (lembram-se do subprime? também era um produto estruturado!) a empresas, por norma poluidoras que necessitam de passar a mensagem para o público que se preocupam com o ambiente.

Provavelmente o que a maior parte de nós conhece, são as empresas que vendem medidas de mitigação das emissões atmosféricas de dióxido de carbono: na verdade, o que estas empresas fazem é providenciar algum alívio às consciências dos empresários poluentes (se é que empresários poluentes e consciência na mesma frase faz algum sentido!) e facultar-lhes licença para continuarem as suas actividades poluidoras. Obviamente que as empresas que vendem estas medidas de mitigação facturam milhões de dólares anualmente com a venda destes pensos rápidos da consciência dos poluidores e ao mesmo tempo garantem publicidade verde às companhias que as compram.

Quanto do dinheiro ganho é aplicado em medidas de proteção, recuperação e valorização ambiental? Aparentemente muito pouco.

Apenas o estritamente necessário para manter as aparências perante a opinião pública e a comunicação social. E as tais medidas ambientais retratadas no documentário passam, no caso da empresa brasileira de exploração mineira Vale, por reflorestar os solos da floresta amazónica que já exploraram. Com eucaliptos! Monocultura intensiva de uma espécie bem conhecida de todos nós pelos efeitos nefastos que produz sobre os solos. Compensam a desflorestação da maior floresta tropical, compensam a perda de biodiversidade associada à desflorestação com a plantação intensiva de eucaliptos que vão vender, obtendo ainda mais lucro.

Este é um jogo perigoso, criado pelos suspeitos do costume, com o objectivo de ganhar dinheiro. Não se trata de protecção ambiental, não se tratam de medidas de mitigação dos efeitos da actividade industrial e económica, trata-se simplesmente de fazer dinheiro às custas dos recursos comuns do nosso planeta.

Certamente que algumas destas pessoas já terão comprado terrenos na Lua ou em Marte, porque quando estiverem ainda mais ricos e o planeta com todos os seus recursos essenciais à vida esgotados, o dinheiro não lhes vai servir de muito. Água, ar e alimentos saudáveis serão um bem cada vez mais escasso e caro.

O documentário em causa está aqui.

E. entregou uma pizza #à politicamente irrelevante; #à tou que nem posso.


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