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Como seria o mundo se todos conservássemos a
inocência e frontalidade de uma criança? Seria possível haver um mundo de
adultos em que estes continuassem a ter os valores simples e básicos da
infância? Como é que o Homem chegou aqui?
Há muito que sabemos que os valores que regem
a nossa sociedade são cada vez mais efémeros, desonestos e fúteis. As coisas
foram mudando, lentamente, sem nos apercebermos em que direcção caminhávamos.
Quando as alterações são bruscas tendem a gerar reacções mas quando são feitas
de forma faseada vamo-nos habituando. Não oferecemos resistência e deixamo-nos
atropelar. Tenho sentido isto cada vez mais. Não sei se é por andar mais
sensível ou por chegar a uma altura em que tudo o que me rodeia me parece
irreal. As coisas hoje passaram a ser feitas à descarada, sem vergonha nem
culpa. Podia estar a falar de milhares de coisas, das relações amorosas, da
vida profissional, mas não, neste caso estou a falar daquilo que tem acontecido
aos portugueses e à forma como vemos a nomeação dos nossos ex-governantes para
cargos em instituições financeiras internacionais. Primeiro indignamo-nos com
as nomeações para empresas nacionais e multinacionais, e estou a falar de
pessoas como Jorge Coelho ou Eduardo Catroga. Mas essa indignação era pequena.
Nunca passou de “arrufos de namorados”, daqueles que os próprios namorados
acabam por esquecer.
Mas um dia, Maria Luísa Albuquerque,
ex-ministra das Finanças durante a crise, é nomeada para uma das empresas que
mais lucrou com a crise portuguesa. Vítor Gaspar, o seu antecessor, já tinha
saído para ir para o FMI, a instituição responsável pela gestão da dívida
portuguesa. Pouco tempo depois, Durão Barroso, ex-Primeiro Ministro português e
ex-presidente da Comissão Europeia, é nomeado para a Goldman Sachs, um dos
bancos responsáveis pela crise mundial que estalou em 2008 e que atirou a
Europa, e especialmente os países periféricos, para uma crise económica e
humanitária sem precedentes desde a II Guerra Mundial.
E nós o que fizemos? Indignámo-nos; mostrámos desagrado. Sentimos nojo, vergonha. Sentimo-nos culpados. Tal como fazemos quando sabemos que alguém nos traiu ou que fomos agredidos. E depois? Estrebuchamos e esquecemos. Tentamos seguir com a vida para frente. E porquê? Porque reagimos assim? Porque não temos mais força para lutar? Porque não dizemos “basta, nós queremos melhor”. Nós, portugueses, merecemos melhores políticos, melhores governantes, melhores líderes e um futuro melhor. Mas, para isso acontecer, precisamos urgentemente tomar uma decisão: não podemos desculpar e esquecer. Temos que mostrar que o que aconteceu não foi apenas feio. Foi sujo e ultrapassou as regras da decência política e cívica. Temos que dar um pontapé e virar a mesa. Esta mesa há muito que está assente em pernas falsas. Os portugueses precisam de coragem para dar a volta à sua vida. Precisamos todos ter uma vida melhor. Porquê? Porque a merecemos.
E nós o que fizemos? Indignámo-nos; mostrámos desagrado. Sentimos nojo, vergonha. Sentimo-nos culpados. Tal como fazemos quando sabemos que alguém nos traiu ou que fomos agredidos. E depois? Estrebuchamos e esquecemos. Tentamos seguir com a vida para frente. E porquê? Porque reagimos assim? Porque não temos mais força para lutar? Porque não dizemos “basta, nós queremos melhor”. Nós, portugueses, merecemos melhores políticos, melhores governantes, melhores líderes e um futuro melhor. Mas, para isso acontecer, precisamos urgentemente tomar uma decisão: não podemos desculpar e esquecer. Temos que mostrar que o que aconteceu não foi apenas feio. Foi sujo e ultrapassou as regras da decência política e cívica. Temos que dar um pontapé e virar a mesa. Esta mesa há muito que está assente em pernas falsas. Os portugueses precisam de coragem para dar a volta à sua vida. Precisamos todos ter uma vida melhor. Porquê? Porque a merecemos.
C. entregou uma pizza #àtouquenemposso
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